segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A ODISSEIA - HOMERO



A Odisseia - Homero
A Odisseia de Homero narra as aventuras de Ulisses durante 10 anos de ausência ao lar, compondo-se de quatro partes a narrativa.
Na primeira parte aparece a Assembleia dos Deuses. Ulisses partira. Muitos eram os pretendentes da mão de sua esposa Penélope. Atena estimula Telêmaco para proteger sua mãe contra esses pretendentes. Entretanto os dias passavam e uma angústia, o desespero apodera-se de Telêmaco. Decide sair à procura de seu pai Ulisses, percorrendo Pilo e após a Lacedônia, porém sem êxito. Enquanto isso os pretendentes em sua casa lançam mão da emboscada.
Na segunda parte, os deuses se reúnem, em assembleia, novamente. Após atender solicitação de Atena, Zeus dá o encargo a Hermes que ordene a Calipso permitir que Ulisses parta, após sete anos de retenção. Uma jangada é construída por Ulisses. Nela se encontrava navegando quando é colhido por uma tempestade. É atirado na Ilha dos  Feaces. Adormece. Quem o encontra e dele procura cuidar, acolhendo-o em seu palácio é Náusica, a filha do Rei Alcinoo. Ulisses dá prova de sua forte compleição atlética quando participa no jogo da projeção do disco que é promovido em honra de Náusica, saindo vitorioso da disputa. Sua volta à pátria estava prestes a concretizar-se.
Na terceira parte é encontrado o relato de Ulisses sobre as suas aventuras. Sua partida de Tróia, o país dos Cicones dos Ciclopes, e os seus seis companheiros devorados. Também é relatado o episódio de Polifemo. Na Ilha de Eolo os ventos se encontram presos nos odres, que após abertos por seus companheiros, desencadeia-se uma violenta tempestade. Circe transforma-os em porcos. Só depois de muita persuasão é que Ulisses consegue convencê-lo para quebrar o encanto. Seus companheiros voltam á forma humana. Ulisses é seguido pelas sereias. Após outras peripécias consegue  finalmente alcançar a Ilha de Calipso.
Na quarta parte há o retorno de Ulisses à Ítaca. Disfarça-se de mendigo. É reconhecido pelo seu filho Telêmaco na casa de Eumeu. Chega ao palácio, é menosprezado e sofre os maiores escárnios e ultrajes dos que pretendiam a mão de Penélope. Não é reconhecido por sua esposa. Somente Euricléia sua ama, consegue reconhecê-lo por uma cicatriz, após banhar-lhe os pés. O grande banquete é preparado para disputar Penélope, porque  prometera contrair matrimônio com aquele que fosse capaz de conseguir entesar o arco de Ulisses e após arremessar a flecha e atravessar  doze machados. Tentaram, porém em vão, apesar da grande força que faziam. Só Ulisses o consegue. Causa pânico nos pretendentes quando abandona os andrajos, sendo reconhecido. Só após longa hesitação, Penélope finalmente se convence de que se trata realmente de Ulisses, o seu verdadeiro esposo. Ajudado por Telêmaco, Ulissses massacra os pretendentes. Suas almas são conduzidas por Hermes, nas profundezas dos infernos.
Canto X da obra odisseia
Quando Ulisses chega à terra de Éolo, este, vendo que Odisseu era um homem de caráter elevado, dá-lhe um saco que continha todos os ventos que os podiam incomodar durante a sua viagem, mas com a condição de nunca o abrir. No entanto, a curiosidade dos companheiros aqueus foi maior e, enquanto Odisseu dormia, abriram o saco, de onde de facto saíram todos os maus ventos para a viagem, o que provocou uma violenta tempestade. Quando a tempestade acalmou, voltaram atrás para de novo pedir ajuda a Éolo, mas este recusou de novo a ajuda, uma vez que não foram cuidadosos. Logo Éolo deduz que estes viajantes não eram queridos pelos deuses e portanto, não mereciam ajuda.
Voltaram ao mar, no sétimo dia chegaram á cidade de Lamos, em Teléfilo dos Lestrígones. Odisseu despachou uns companheiros para investigar quem ali morava. Eles desembarcaram e percorreram uma estrada lisa por onde carroças transportavam lenha das altas montanhas para a cidade. Encontraram diante da cidade uma moça com um cântaro. Era a corpolenta filha de lestrígone Antífates, que descera a fonte para pegar água. Perguntaram-lhe quem era o rei do local. Ela indicou a mansão de seu pai. Ao entrarem na mansão se depararam com uma mulher tal alta que os encheu de pavor. Ela chamou da praça o marido, o ilustre Antífates, que pensou em lhes dar um triste fim. Agarrou um dos camaradas e fez o jantar. Os outros dois companheiros correram para o barco. O rei deu o alarme na cidade e de todos os lados vinham lestrígones aos milhares, não pareciam homens e sim gigantes. Eles começaram a jogar pedregulhos que atingiam os barcos e companheiros, os fazendo em pedaços. Eles os fisgavam como peixes e levavam-os para o seu jantar. Odisseu rapidamente cortou as amarras de seu barco e rapidamente seus companheiros rapidamente remaram. Enquanto isso os outros eram destruídos em massa. Dali prosseguíram com o coração pesaroso, mas contentes de escapar à morte, embora com a perda de companheiros queridos. Chegaram a Ilha de Eéia, onde vivia "Circe", de ricas tranças, deusa terrível, de humana linguagem. Desembarcamos e deixamo-nos ficar por ali dois dias e duas noites, devorando o coração de fadiga e tristeza.
No terceiro dia, Odisseu pegou sua lança e sua espada, subiu até o cume do monte mais próximo e de lá avistou uma casa no meio de um bosque. Retornou a seus companheiros, mas no caminho conseguiu abater um cervo. Os homens ficaram muito alegres ao vê-lo chegar com a caça e fizeram um festim de carne e vinho na praia. Odisseu só lhes contou o que vira no dia seguinte, mas os homens não ficaram animados com a ideia de explorar a ilha, pois ainda tinham muito presentes os infortúnios que passaram. Odisseu sugeriu que se dividissem em dois grupos: um seria liderado por ele e o outro pelo denodado Euríloco, e tirariam a sorte para decidir qual dos dois exploraria a ilha. Os homens aceitaram e o grupo de Euríloco partiu a frente de 22 homens, que iam chorando temendo que lhes acontecesse o mesmo que com os outros companheiros, mortos. Numa clareira da baixada, acharam o solar de Circe, construído de pedras polidas. Rodeada de lobos e leões, por ela enfeitiçados com drogas venenosas. Eles não atacavam os companheiros de Odisseu, e sim o recebiam bem. Dentro ouviam o canto de Circe que trabalhava a tecer uma grande trama, como as deusas o fazem. O primeiro a lhe falar foi Polita, o mais caro e precioso dos companheiros de Odisseu, que disse que a deviam chamar. Ela abriu a porta e os convidaram a entrar, todos entraram menos Euríloco, que suspeitou. Serviu-lhe comidas com drogas e que provocavam esquecimento de casa, logo viraram em suínos, embora preservassem a inteligência, ficaram presos em pocilgas. Circe lhes deu comida de porcos. Euríloco voltou correndo para o barco e contou o que havia acontecido com muito nervosismo. Euríloco insistiu para que fossem embora, pois não poderiam trazer de volta os companheiros, Odisseu disse que ele poderia ali focar, mas que ele iria atrás dos companheiros. Indo ao solar de Circe, Odisseu é abordado por Hermes, da vara de ouro, que na figura de um jovem lhe dá uma erva benéfica. Ele disse que Circe lhe dará comida com uma droga, mas que não fará efeito por causa da droga que ele estava lhe dando, quando Circe quiser tanger-se com sua longa vara, ele deveria sacar de junto da coxa o gládio aguçado e fazer como se fosse atacá-la. Circe amedrontada iria convidá-lo a se deitar com ela. Ele não deveria negá-la nada. Dito isso tirou do chão môli, que somente os deuses conseguiam arrancar. Ele vai à casa de Circe, ela lhe dá a comida, manda que vá para junto dos companheiros, ele saca a faca, ela fica com medo, pergunta sobre ele, por fim lhe convida para se deitar com ela. Odisseu recusa-se a fazer o que ela quer antes dela libertar seus companheiros. Os companheiros voltam à forma humana. Circe lhe diz que bonha o barco a seco e volte com os outros companheiros para o seu solar, ele obedece. Todos os companheiros foram com Odisseu. Ela os recebeu todos bem, comerem e beberam, e assim por um ano ali ficaram. Após um ano, os companheiros se reunirão e disseram a Odisseu que estava na hora de irem para casa. Odisseu foi falar para que Circe os deixa-se ir. Circe lhe diz que se assim deseja, que vá, mas que antes deve fazer outra viagem deve ir à morada de Hades e da terrível Perséfone, a fim de consultar a alma do tebano Tirésias, o adivinho cego, cuja mente continua viva. A ele Perséfone concedeu inteligência ainda após a morte, para que só ele fosse inspirado, enquanto os outros adejam como sombras.
Gêneros da obra Odisseia
A épica é um gênero muito antigo, tão antigo quanto à própria literatura ocidental: ambas surgem no ocidente com a Ilíada e a Odisseia, de Homero . A épica foi cultivada pelos renascentistas, dentre eles Camões, que nos legou a maior epopeia moderna, Os Lusíadas, cujas páginas narram a viagem de Vasco da Gama às Índias, mas que tem como motivo principal um canto de louvor ao povo português, o verdadeiro herói dessa magnífica obra. A épica (ou epopeia), de acordo com Angélica Soares, é "uma longa narrativa literária de caráter heroico, grandioso e de interesse nacional e social [...] que apresenta, juntamente com todos os elementos narrativos (o narrador, o narrativo, personagens, tema, enredo, espaço e tempo), uma atmosfera maravilhosa que, em torno de acontecimentos históricos passados, reúne mitos, heróis e deuses, podendo-se apresentar em prosa (como as canções de gesta medievais) ou em verso (como Os Lusíadas)". Mas há algumas diferenças quanto aos termos, pois, para alguns teóricos, "épica" é usada no sentido técnico, na acepção de gênero narrativo, enquanto que o termo "epopeia" é utilizado como uma espécie pertencente ao gênero épico.
Comentário da obra Odisseia
A Odisseia é uma das obras mais clássicas e antigas da literatura ocidental. Este épico, provavelmente produzido por Homero, talvez um aedo, artista que na época cantava poemas nos quais se narravam atos heroicos e grandiosos, Sua estrutura encontra-se repartida em 24 cantos, contendo um total de doze mil versos hexâmetros. Este clássico está inscrito no cânone ocidental – a síntese literária ocidental das melhores obras de todos os tempos, e continua atual em nossos dias. Ela foi criada e legada oralmente de geração em geração, vertida posteriormente para a modalidade escrita. Este poema continua sendo estudado e pesquisado, traduzido para os mais variados idiomas. Seu enredo não cronológico e a forma decisiva como tanto mulheres quanto escravos marcam o rumo dos acontecimentos, na mesma medida que as atitudes dos heróis, transformam este épico em um texto incomum.

LATIM



A origem da língua portuguesa é um tema grandioso ao qual engloba uma série de processos, que envolve acontecimentos políticos, sociais, culturais que tiveram repercussão ou consequências linguísticas, abrange toda uma história cultural. o processo de história interna da língua que engloba a evolução fonética, morfológica, sintática e semântica, a história da língua portuguesa é a história da transformação do latim lusitânico em português, da perspectiva dos fenômenos culturais. Em geral, quando se fala em história da língua portuguesa, a ideia que se tem é do estudo cronológico da evolução do latim para o português e da abrangência de nossa língua pelo mundo, como também a origem e a expansão do latim, as fontes e as diferenças entre o latim clássico e o latim vulgar, A origem da língua Portuguesa, está relacionada diretamente a continuação do latim ibérico e do romance lusitânico, o latim se tornou língua-comum.
         Consideramos as diversas peculiaridades fonéticas, morfológicas, sintáticas e de vocabulário, deve-se dividir o período histórico em duas fases que são a arcaica e a moderna. O português que se fala hoje no Brasil é resultado de muitas transformações de acréscimos ou supressões de ordens morfológicas, sintáticas e fonológicas. A linguística atual revela que uma língua não é homogênea e deve ser entendida justamente pelo que caracteriza o homem a diversidade, a possibilidade de mudanças. É preciso compreender que tais mudanças, como se pensava no início, não se encerram somente no tempo, mas também se manifestam no espaço, nas camadas sociais. Dentro da unidade territorial brasileira se revelam muitos falares que se justificam e condicionam para se adequar a realidade sociocultural de nosso país. Foi de evolução para evolução que chegamos até o exato momento de nosso falar; caso contrário, estaríamos falando latim.
          Costuma-se dizer o Latim “língua morta”. Tecnicamente uma língua é morta quando deixa de será língua materna de povos viventes. Toda pessoa nasce dentro do âmbito do uso de uma língua, é nela alfabetizada e a conserva ao modo de veículo dinâmico de expressão. Mesmo quando o indivíduo adquire competência no uso de outros idiomas, a língua materna permanece como o seu referencial linguístico. Todo idioma, ao cumprir a função de “nascedouro” linguístico de comunidades vivas, está em permanente evolução. O Latim é considerado “língua morta” porque não é mais, em lugar algum, idioma aprendido no berço. Em nenhuma parte do mundo, alguém nasce e é alfabetizado em Latim. Alguns estudiosos consideram estar o Latim vivo, de maneira modificada, nas línguas românicas Português, Francês, Espanhol, Romeno, Italiano – em uso atualmente. O Latim é raiz linguística de muita influência, é de fundamento cultural.
          Em uma linguagem sistemática e coerente podem ocorrer formas diferentes de se efetuar a língua, uma vez que variam no espaço, ao encontrarmos pessoas de regiões diferentes do Brasil, não raro nos deparamos com expressões linguísticas diferentes. Na fala de interioranos de São Paulo, por exemplo, o r é retroflexo, como em porta, celular; já na região Nordeste tem o uso das vogais o e é aberta. Ao constatarmos a renovação da língua, muita vezes, mesmo sabendo que é fato incontestável seu dinamismo, ainda assim percebemos dificuldades de coexistência dos múltiplos falares; recentemente passamos a assumir que o preconceito linguístico é real e se manifesta toda vez que temos o embate e a identificação das diferenças linguísticas por diferentes grupos.
Existem múltiplos fatores originando as variações, as quais recebem diferentes denominações. Dialetos, Socioletos, Idioletos, Etnoletos, Ecoletos. É inegável as diferenças que existem dentro de uma mesma comunidade de fala. A partir de um ponto qualquer vão se assinalando diferenças à medida que se avança no espaço geográfico. Da mesma forma se constatam diferenças dentro de uma mesma área geográfica, resultantes das diferenças sociológicas tais como educação do indivíduo, sua profissão, grupos com os quais convive, enfim, sua identidade. Tudo isso pode interferir e operar como modelador à fala de alguém. O Brasil apresenta um vasto território, caracterizado por regiões geográficas diversas. Com isso temos diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática. Não é difícil perceber que a norma culta – por diversas razões de ordem política, econômica, social, cultural – é algo reservado a poucas pessoas no Brasil; talvez porque haja um distanciamento entre as normatizações gramaticais e a obediência dos falantes em seguir tais normas.
As variações linguísticas podem ocorrer naturalmente como resultado dos fatores espaço e tempo, mas também como recurso de individualidade, quer por uma pessoa ou uma comunidade. Independentemente da intencionalidade ou não no emprego das variações, torna-se importante evidenciar os vocabulários diferenciados, como uma forma dos grupos marcarem presença na comunidade e seu papel de fator de projeção no meio social.