A origem da língua portuguesa é um tema grandioso ao qual engloba uma
série de processos, que envolve acontecimentos políticos, sociais, culturais
que tiveram repercussão ou consequências linguísticas, abrange toda uma
história cultural. o processo de história interna da língua que engloba a
evolução fonética, morfológica, sintática e semântica, a história da língua
portuguesa é a história da transformação do latim lusitânico em português, da
perspectiva dos fenômenos culturais. Em geral, quando se fala em história da
língua portuguesa, a ideia que se tem é do estudo cronológico da evolução do
latim para o português e da abrangência de nossa língua pelo mundo, como também
a origem e a expansão do latim, as fontes e as diferenças entre o latim
clássico e o latim vulgar, A origem da língua Portuguesa, está relacionada
diretamente a continuação do latim ibérico e do romance lusitânico, o latim se
tornou língua-comum.
Consideramos as diversas
peculiaridades fonéticas, morfológicas, sintáticas e de vocabulário, deve-se
dividir o período histórico em duas fases que são a arcaica e a moderna. O
português que se fala hoje no Brasil é resultado de muitas transformações de
acréscimos ou supressões de ordens morfológicas, sintáticas e fonológicas. A
linguística atual revela que uma língua não é homogênea e deve ser entendida
justamente pelo que caracteriza o homem a diversidade, a possibilidade de
mudanças. É preciso compreender que tais mudanças, como se pensava no início,
não se encerram somente no tempo, mas também se manifestam no espaço, nas
camadas sociais. Dentro da unidade territorial brasileira se revelam muitos
falares que se justificam e condicionam para se adequar a realidade sociocultural
de nosso país. Foi de evolução para evolução que chegamos até o exato momento
de nosso falar; caso contrário, estaríamos falando latim.
Costuma-se
dizer o Latim “língua morta”. Tecnicamente uma língua é morta quando deixa de
será língua materna de povos viventes. Toda pessoa nasce dentro do âmbito do
uso de uma língua, é nela alfabetizada e a conserva ao modo de veículo dinâmico
de expressão. Mesmo quando o indivíduo adquire competência no uso de outros
idiomas, a língua materna permanece como o seu referencial linguístico. Todo
idioma, ao cumprir a função de “nascedouro” linguístico de comunidades vivas,
está em permanente evolução. O Latim é considerado “língua morta” porque não é
mais, em lugar algum, idioma aprendido no berço. Em nenhuma parte do mundo,
alguém nasce e é alfabetizado em Latim. Alguns estudiosos consideram estar o
Latim vivo, de maneira modificada, nas línguas românicas Português, Francês,
Espanhol, Romeno, Italiano – em uso atualmente. O Latim é raiz linguística de
muita influência, é de fundamento cultural.
Em uma linguagem sistemática e coerente podem
ocorrer formas diferentes de se efetuar a língua, uma vez que variam no espaço,
ao encontrarmos pessoas de regiões diferentes do Brasil, não raro nos deparamos
com expressões linguísticas diferentes. Na fala de interioranos de São Paulo,
por exemplo, o r é retroflexo, como em porta, celular; já na região Nordeste
tem o uso das vogais o e é aberta. Ao constatarmos a renovação da língua, muita
vezes, mesmo sabendo que é fato incontestável seu dinamismo, ainda assim percebemos
dificuldades de coexistência dos múltiplos falares; recentemente passamos a
assumir que o preconceito linguístico é real e se manifesta toda vez que temos
o embate e a identificação das diferenças linguísticas por diferentes grupos.
Existem múltiplos fatores
originando as variações, as quais recebem diferentes denominações. Dialetos, Socioletos,
Idioletos, Etnoletos, Ecoletos. É inegável as diferenças que existem dentro de
uma mesma comunidade de fala. A partir de um ponto qualquer vão se assinalando
diferenças à medida que se avança no espaço geográfico. Da mesma forma se
constatam diferenças dentro de uma mesma área geográfica, resultantes das
diferenças sociológicas tais como educação do indivíduo, sua profissão, grupos
com os quais convive, enfim, sua identidade. Tudo isso pode interferir e operar
como modelador à fala de alguém. O Brasil apresenta um vasto território,
caracterizado por regiões geográficas diversas. Com isso temos diferentes
formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática. Não é difícil perceber
que a norma culta – por diversas razões de ordem política, econômica, social,
cultural – é algo reservado a poucas pessoas no Brasil; talvez porque haja um
distanciamento entre as normatizações gramaticais e a obediência dos falantes
em seguir tais normas.
As variações linguísticas podem ocorrer
naturalmente como resultado dos fatores espaço e tempo, mas também como recurso
de individualidade, quer por uma pessoa ou uma comunidade. Independentemente da
intencionalidade ou não no emprego das variações, torna-se importante
evidenciar os vocabulários diferenciados, como uma forma dos grupos marcarem
presença na comunidade e seu papel de fator de projeção no meio social.
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